No Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje (8 de março), o Blog do Jeferson traz uma reflexão sobre os avanços e os desafios que ainda persistem na luta contra a violência de gênero. Apesar de conquistas, como a promulgação da Lei Maria da Penha em 2006, que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, os números atuais revelam que a violência e a opressão ainda são realidades a serem combatidas no Brasil.
Dados recentes apontam que, em 2023, 1.706 casos de feminicídios foram registrados no país, resultando em uma média diária de 4,66 feminicídios. Além disso, a violência não letal contra mulheres tem aumentado significativamente. Em 2023, nos três países analisados (Brasil, México e Colômbia), 572.652 mulheres foram vítimas de violências não letais, o que representa um aumento de 13% em relação a 2022.
No estado da Bahia, a violência contra a mulher também é alarmante. Embora dados específicos sobre feminicídios não tenham sido fornecidos, o estado registrou o maior número total de mortes decorrentes de intervenções policiais no ano passado, com um aumento acentuado de 313% entre 2015 e 2022. Indivíduos negros, que representam 80% da população da Bahia, constituem 94,76% das vítimas dessas intervenções.
Em Poções, o Centro de Apoio a Mulheres em Situação de Violência (CAMVI) tem desempenhado um papel importante no enfrentamento à violência de gênero. Desde sua inauguração em agosto de 2021 até 3 de março de 2025, o CAMVI realizou 883 atendimentos, evidenciando a demanda e a importância de seus serviços. As principais formas de violência reportadas incluem a física, psicológica, moral e patrimonial.
O CAMVI oferece uma rede de suporte abrangente, que engloba atendimento social, psicológico e orientação jurídica. Além disso, realiza acompanhamentos junto à Delegacia de Polícia, ao Ministério Público e ao Judiciário, bem como encaminhamentos para benefícios sociais e grupos operativos.
Um dos desafios enfrentados pela instituição é sensibilizar as mulheres sobre a importância de buscar ajuda e confiar no CAMVI como um espaço seguro e de apoio. Para ampliar a conscientização, o centro promove campanhas educativas em escolas, entrevistas em rádios, divulgações em redes sociais e distribuição de materiais impressos.
Desde sua fundação, o CAMVI auxiliou na emissão de 10 boletins de ocorrência (de forma online) e na solicitação de 109 medidas protetivas de urgência.
Apesar dos avanços conquistados ao longo dos anos, a luta contra a violência de gênero continua sendo uma realidade urgente.
Obs: A imagem acima contém um número de telefone antigo do CAMVI. Atualmente, o Centro atende pelo número (77) 99819-7297.